sábado, 14 de fevereiro de 2004

Desabafo

Tu encheste-me as manhãs de cor, as tardes de sons harmoniosos e as noites de prazer, fizeste-me andar um palmo acima do chão e uma mão-travessa perto do céu.
O teu amor era bonito, intenso, possessivo e distante e olha que não é privilégio de todos sentir um amor assim.
O meu amor era profundo, dador, louco, intenso, silencioso, incondicional e delicado e por tudo isto esquecido dentro da sua própria grandeza e olha que este amor é só para quem pode.
Por isso o que eu mais gostei é que nunca mais acabava. Podia cansar-se, entristecer-se, ir-se um bocadinho abaixo, mas nunca morreu.
Mas como tudo o que não é genuíno, rapidamente perde o brilho, a graça e a vida, e como é sempre isso que acontece aos comuns dos mortais, o teu adoeceu, cansou-se e morreu.
Quero que o meu amor por ti continue incondicional, alimentando-se dos beijos e sorrisos que sonhei, dos projectos e promessas, das palavras e ideias que idealizei quiçá sob a forma de um novo amor, ou de um par de sapatos ou, tão só, de um livro de poemas, como dizia o Alexandre no seu brilhante Blog!

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